Estórias infantis – prós e contras

São inegáveis os benefícios proporcionados pela leitura que se dá logo nos primeiros anos de vida. Ela representa uma ponte entre o mundo interno da criança e o mundo externo, onde ela aprende a ser parte de um todo. Desenvolve a imaginação, a criatividade e o pensamento crítico. Ao ouvirem ou lerem estórias, as crianças entram em mundos novos e fantásticos que estimulam a criatividade e a capacidade de imaginar soluções para problemas.

Estimula a consciência fonológica por meio derimas, repetições e jogos de palavras comuns. A criança percebe os sons da fala, essenciais para aprender a ler e escrever.

Ajuda na compreensão de textos. Hoje, vemos muitos adultos com cursos de graduação que não conseguem recontar uma estória.  Com estórias infantis, desde cedo, a criança aprende a entender início, meio e fim de uma narrativa — o que desenvolve a habilidade de interpretar o que está lendo.

Houve um tempo em que não se dava muita importância à leitura infantil; era considerada desnecessária, na sua maioria gibis, puro passatempo sem propósito.  

Hoje, ela tem uma importância fundamental no desenvolvimento das crianças. Vai muito além do simples entretenimento — ajuda na formação emocional, social, cognitiva e até ética dos pequenos. Forma valores, empatia e ajuda na compreensão do mundo.

Muitas estórias têm lições morais e mostram personagens enfrentando dilemas. Isso ajuda as crianças a desenvolverem a empatia, a entenderem sentimentos e emoções, seus e alheios, a se colocarem no lugar do outro, a construírem uma base de valores éticos, entenderem situações do dia a dia, medos, mudanças e até perdas, de maneira simbólica e mais acessível.

Mesmo com estórias simples, as crianças começam a perceber relações de causa e efeito, a pensar nas atitudes dos personagens e a formar opiniões próprias, compreender diferentes pontos de vista e lidar melhor com sentimentos próprios e dos outros.

Ler para uma criança fortalece o vínculo afetivo, estimula o diálogo, especialmente quando contada em grupo, na escola:  as crianças tendem a comentar, fazer perguntas e dar opiniões. Isso incentiva a fala, a escuta e o respeito pela vez do outro. Inspiram uma brincadeira coletiva saudável.

Aprendem a cooperar, compartilhar, pedir desculpas, respeitar o outro e trabalhar em grupo promovendo a interação, o faz-de-conta em grupo e o entendimento de papéis sociais. As estórias geralmente apresentam consequências para as ações dos personagens — o mentiroso sofre, o bondoso é recompensado. Isso ajuda a criança a internalizar regras de convivência, justiça e limites.

As histórias infantis são ferramentas poderosas tanto para a alfabetização quanto para o desenvolvimento da criatividade. Ao ouvirem ou lerem estórias, as crianças entram em contato com novas palavras, expressões e construções gramaticais que vão além do que ouvem no cotidiano.

 Estórias envolventes despertam o desejo de aprender a ler sozinha para poder descobrir o final, reler seus favoritos ou explorar novos livros.Ajudam na criação de narrativas próprias: depois de ouvir muitas histórias, as crianças naturalmente começam a criar as suas próprias — desenhando, dramatizando ou escrevendo contos.

Ver personagens enfrentando obstáculos de maneiras diferentes ensina a criança que há várias formas de resolver um desafio — habilidade valiosa para a vida.

As estórias infantis alimentam a mente e o coração das crianças, incentivam a expressão artística, ajudam a decifrar o mundo das letras, dão asas à imaginação, inspiram desenhos, colagens, teatrinhos e brincadeiras simbólicas, todas formas importantes de expressão criativa. São um dos recursos mais ricos e completos para essa fase tão importante da vida.

Por outro lado, há que se atentar ao fato de que, embora os contos de fadas façam parte da infância de muitas pessoas, como fizeram da minha, a verdade é que, dependendo da forma como são apresentados e dos valores que agregam, eles podem influenciar de maneira distorcida a forma como as crianças veem o mundo. Isso não significa que devam ser evitados completamente, mas vale refletir sobre os possíveis impactos e repensar como apresentá-los.

Muitos contos tradicionais trazem modelos de comportamento e gênero engessados reforçando estereótipos antiquados: a princesa frágil que precisa ser salva por um príncipe, a vilã, invejosa, má "feia" ou "velha", o herói masculino forte, corajoso e que sempre resolve tudo com bravura.

Essas representações podem limitar a forma como meninos e meninas enxergam seus próprios papéis e possibilidades.

Além disso, o conceito de "felizes para sempre", passam a ideia de queo amor verdadeiro acontece à primeira vista e ocasamento é o ápice da felicidade. Passam a ideia de queconflitos sempre se resolvem de forma mágica ou milagrosa, o que pode gerar frustração na vida real, onde os relacionamentos exigem esforço, comunicação e maturidade emocional.

A idealização da beleza apresentada em certos contos, alimenta uma associação entre aparência e valor moral, algo claramente distorcido e perigoso para a autoestima das crianças cujas personalidades e caráter ainda se encontram em desenvolvimento. Personagens bons costumam ser descritos como lindos, enquanto os maus são feios ou deformados. 

Se faz necessário conversar com a criança, perguntar o que ela entendeu da estória, estimular o pensamento crítico, contextualizar os contos, explicar que são estórias de outra época e que o mundo mudou. Pode-se também oferecer versões modernas ou alternativas; há muitas releituras que subvertem os estereótipos e ensinam valores mais saudáveis. Vale a pena tentar equilibrar esse mundo em que tudo se resolve com um grande amor e um beijo com personagens mais verossímeis e emocionalmente inteligentes.

Leia para e com seus filhos!

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